Saúde Digestiva

O biólogo Bruno Zylber, o farmacêutico Alessandro Silveira e o médico Marcelo Fiszman explicaram a importância da microbiota intestinal e como ela se relaciona com a alimentação.

Por Maitê Branco Kröeber

Da esquerda para direita: Luciana Sarmento, Patrícia Quintella, Alessandro Silveira, Marcelo Fiszman e Bruno Zylber.

A influência da alimentação na microbiota intestinal e como isso afeta o corpo humano de forma integral foi tema de um painel sobre Saúde Intestinal realizado no dia 3 de julho, durante a 2ª Jornada de Nutrição PUC-Rio. A mesa foi mediada pela nutricionista e professora Patricia Quintella.

Zylber iniciou a sua apresentação explicando o conceito de microbiota e desmentindo a ideia de que existem micróbios bons e ruins, apenas aqueles no lugar certo e na quantidade ideal. O biólogo, especializado em microbiologia, prosseguiu afirmando que é o “meio” que define como funciona esse conjunto e, por isso, hábitos alimentares podem acabar limitando a quantidade de micróbios que compõem um ecossistema saudável.

Mesmo que o hábito seja saudável, repeti-lo todos os dias não é bom para a microbiota.
— Bruno Zylber

O microbiologista ainda ressaltou que cada população tem a sua própria microbiota e que, por esse motivo, estudos estrangeiros não são capazes de definir como funciona esse sistema em brasileiros. Bruno mostrou os tipos de bactérias que existem no corpo humano conforme diferentes dietas e finalizou com a frase: “apoie a cultura bacteriana, porque pode ser a única cultura que alguém tem”. 

Já Alessandro Silveira começou a palestra ao contar a história dos fitoterápicos e algumas das suas vantagens, como redução da inflamação, ação antioxidante, efeito imunomodulador, origem natural, menos efeitos colaterais e abordagem holística. Ele também contou as formas farmacêuticas e os seus mecanismos de ação.

Disbiose não é causa, disbiose é consequência
— Dr. Alessandro Silveira

O doutor prosseguiu explicando as formas de obtenção dos fitoterápicos e citou os que fazem bem à saúde: alcachofra, cáscara sagrada, boldo e dente de leão foram alguns deles. Silveira concluiu afirmando a importância desses medicamentos quando aliados à medicina convencional, ressaltando-os como uma alternativa segura e ajustando a ideia de que “você é o que você come” para “você é o que você absorve”.

Por fim, o médico Marcelo Fiszman destacou que a comida não é o único fator que afeta a microbiota e mostrou estudos como “Unleash the Doctor Within” e “Visconti Et Al Natural”. O doutor finalizou contando sobre a capacidade da microbiota de mudar em até quatro dias com a frase: “Regue o seu microbioma. Você quer um jardim florido, não um deserto”.

Uma microbiota em desequilíbrio é uma microbiota com mais tendência a aparecer doenças
— Dr. Marcelo Fiszman

No final da mesa, os palestrantes responderam às perguntas da plateia e debateram os temas entre si. Ficou interessado? Confira mais do que foi abordado no evento 2ª Jornada de Nutrição PUC-Rio no nosso Instagram.