Uso indiscriminado de remédios para disfunção erétil pode trazer consequências à saúde

Por Nicole Rangel

Exemplos de medicamentos populares para disfunção erétil são Sildenafil (Viagra) e Tadalafil (Cialis).

Um estudo publicado na revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento buscou entender o uso indiscriminado de remédios para disfunção erétil entre os jovens. A publicação afirma que, embora a disfunção não acometa em sua maioria a juventude, pesquisas comprovam que os homens entre 17-30 anos utilizam medicamentos para a condição com objetivos de alongar o prazer e potencializar o desempenho sexual. Sem a necessidade de fato de usar os fármacos, pessoas têm experimentado consequências graves na saúde devido ao uso indiscriminado. Confira a seguir algumas delas. 


1. Dependência Psicológica

Um dos riscos mais evidentes é a dependência psicológica. A falsa ilusão de que só é possível atingir bom desempenho quando medicado é comum entre os que usam os remédios de disfunção erétil regularmente, o que gera dependência psicológica. O caso pode se agravar ainda mais quando o remédio não apresenta o efeito esperado.

2. Priapismo

O priapismo é caracterizado por uma ereção persistente, involuntária e, por vezes, dolorosa do órgão sexual. Uma de suas causas pode ser o uso indiscriminado de fármacos para disfunção erétil. São três os tipos de Priapismo:

  1. Priapismo isquêmico: pode alterar as estruturas do corpo cavernoso do pênis, possivelmente causando disfunção erétil. É caracterizado por uma baixa oxigenação no órgão e uma ereção dolorosa. O atendimento é urgente nesse tipo. 

  2. Priapismo não-isquêmico: comumente causado por traumas como pancadas, por exemplo. O trauma pode causar uma fístula no pênis que alimenta com sangue arterial o corpo cavernoso. Não é tão doloroso nem causa tanta rigidez como no isquêmico. 

  3. Priapismo intermitente: é mais comum em jovens e ocorre sempre durante a noite. São ereções noturnas prolongadas que causam muita dor. 

Buscar por atendimento médico é fundamental em todos os três casos, ainda que uns sejam menos dolorosos do que outros. Em caso de ereção sem estímulo sexual, o ideal é procurar um médico o quanto antes.

3. Disfunção erétil

Ironicamente, o uso indiscriminado desses medicamentos pode causar a própria disfunção erétil, já que a dependência psicológica afeta a produção de serotonina e dopamina, substâncias fundamentais na ereção masculina. Como anteriormente mencionado, o Priapismo Isquêmico (consequência do uso irregular desses fármacos) também pode gerar disfunção na ereção do órgão genital. 


Esses são apenas exemplos de uma série de prejuízos à saúde que o uso indiscriminado de remédios para disfunção erétil pode desencadear. A orientação é sempre buscar ajuda médica, nunca confiando na automedicação.