Reposição hormonal: tratamento ideal?
por Priscilla Moraes
A Menopausa, fase temida e que traz muitas dúvidas às mulheres, consiste no envelhecimento dos ovários que têm como função a ovulação e a produção de hormônios femininos, o estrogênio e a progesterona. O envelhecimento faz com que esses hormônios não sejam mais produzidos resultando em muitas mudanças na vida e na saúde da mulher. O principal tratamento para amenizar essas mudanças é a reposição hormonal, que vem sofrendo modificações quanto a sua aplicação nas últimas décadas e possibilita que a mulher mantenha sua qualidade de vida.
No caso de pacientes com útero, o tratamento é basicamente repor os hormônios estrogênio e progesterona, que deixaram de ser produzidos pelos ovários, e no caso de pacientes que tiveram o útero removido só é necessária reposição do estrogênio. Existe, no entanto, algumas condições clínicas, como doenças cardiovasculares, trombose e câncer de mama, onde a reposição hormonal é contra indicada. Nesses casos há métodos alternativos, como medicações fitoterápicas, alimentação, medicamentos antidepressivos e acupuntura.
Segundo o Prof. Marcelo Lemgruber, Coordenador do Curso de especialização em Ginecologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, nas últimas décadas houve algumas mudanças quanto a utilização da reposição hormonal: "Nos anos 90 prevalecia a ideia de que seria vantajoso fazer a reposição hormonal até o fim da vida. Hoje, com algumas mudanças, os consensos das sociedades nacionais e internacionais defendem o uso da terapia hormonal para as pacientes sintomáticas, com a menor dose de remédio e por um período de 5 anos, quando os riscos e benefícios seriam reavaliados".
O tratamento pode ser feito através de medicação oral, transdérmica, transcutânea, vaginal e injetável dependendo de condições individuais de cada paciente e da preferência do médico. Algumas medidas, como ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, ter objetivos intelectuais e espirituais, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso, podem também ajudar para que as mudanças nessa fase da vida não interfiram muito na qualidade de vida da mulher. O Prof. Lemgruber também ressalta a importância de continuar a rotina médica: "as consultas não devem ser encaradas como uma busca por doença e sim uma busca por manutenção de saúde e prevenção de doenças".