A cura da AIDS pode estar próxima

por Priscilla Moraes

É possível se curar da AIDS? É sim, afirma o Dr. Rômulo Macambira, Coordenador do Curso de especialização em Infectologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio. "Aconteceram alguns casos específicos em que exames de pacientes que eram soro positivo tiveram resultado negativo, mas ainda há estudos sendo realizados para que possa se entender exatamente o que aconteceu".

Os antirretrovirais, medicamentos usados no tratamento da AIDS desde 1987, dificultam a multiplicação do vírus HIV nas células T ativas infectadas. Já nas células inativas o medicamento não funciona, por isso não leva a cura. As pesquisas mais promissoras tentam justamente expulsar esse vírus da célula inativa e levá-lo até a corrente sanguínea, de onde ele poderia ser eliminado.

Alguns pesquisadores descobriram que o medicamento vorinostat, usado no tratamento linfoma cutâneo de células T, ativava as células inativas e , ao serem ativadas , elas começavam a se reproduzir e jogar o vírus no sangue, onde os antirretrovirais podem atuar. O primeiro cientista a utilizar esse procedimento foi David Margolis, da Universidade da Carolina do Norte (EUA). David obteve resultados positivos, mas é um tratamento arriscado por ativar um vírus que devido a sua multiplicação de mutação o antirretroviral pode não funcionar. Por isso, ainda está sendo estudado e ainda se espera uma outra droga mais eficiente que o vorinostat.

O pesquisador Luiz Francisco Pianowski, presidente do laboratório Kyolab e membro do Conselho Científico da Amazônia, pesquisa a planta avelãs, oriunda da África, mas também encontrada no Norte e Nordeste do Brasil. Em resultados obtidos nas pesquisas, a planta se mostrou efetiva em ativar os vírus inativos em estudos feitos em laboratório e em macacos. A previsão é que se iniciem testes em humanos em meados de 2014, com perspectiva de disponibilidade para pacientes a partir de 2020.