Os riscos do glúten para os celíacos

por Ana Carolina Barbosa

A doença celíaca, que atinge atualmente cerca de dois milhões de brasileiros, trata-se da intolerância permanente ao glúten presente nos alimentos. Ela ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive na fase adulta. Nos bebês, pode se manifestar quando começam a variar a alimentação, aos 6 meses, causando diarreia, irritabilidade, cansaço, perda de peso sem justificativa ou anemia sem causa aparente.

A pessoa que tem a doença celíaca nunca poderá consumir alimentos que contenham trigo, aveia, centeio, cevada e malte ou os seus derivados (farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, biscoitos, bolos e outros). Todo celíaco que não controla a ingestão de alimentos com essa substância tende a ter um aumento do peso corporal. Buscar uma alimentação saudável e equilibrada, com variedade de alimentos, incluindo frutas, legumes e verduras, é o mais indicado, de preferência com orientação de um nutricionista.

É importante estar atento ao diagnóstico que pode ser confundido com doenças do intestino ou relacionado à carência de nutrientes. Os sintomas mais frequentes são diarreia, excesso de gases e desconforto abdominal, além de fadiga e dor de cabeça. Nas mulheres, pode haver irregularidades menstruais. Se não for tratada, a doença celíaca pode levar a morte, em casos mais extremos.

Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Ela deve ser confirmada encontrando certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia.

A cura dos sintomas relacionados à doença celíaca se alcança com a eliminação completa de qualquer alimento com glúten, assim como dos produtos com vestígios dele. O glúten também pode estar presente em pequenas quantidades na pasta de dente, nos cremes hidratantes ou no batom, e pessoas que apresentam manifestações cutâneas ao consumir glúten, como coceira ou dermatite, também devem evitar esses produtos. Assim, recomenda-se sempre a leitura atenta dos rótulos e embalagens para certificar quais substâncias estão presentes nos produtos.