Professor indicado ao Nobel da Paz faz apresentação na PUC Rio
por Rodrigo Yacoub
O indicado ao Prêmio Nobel da Paz, Professor Vladimir Krcmery, especialista em doenças tropicais, infectologia e oncologia veio a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, dia 25. Reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho humanitário em países de terceiro mundo, o professor Krcmery é reitor e professor da Universidade de Trnava e fundador da Universidade St. Elizabeth, na Eslováquia. Ele veio ao Brasil junto a um grupo da universidade americana de Scranton, parceira da PUC-Rio. Sua visita contou com apresentações sobre seu trabalho no mundo e tópicos de sua especialidade, além de apresentações dos alunos de Scranton sobre a saúde pública no Brasil, com possíveis soluções para os dilemas do dia-a-dia.
O impacto do câncer cervical de útero devido à baixa conscientização da população sobre os exames, a péssima condição da saúde pública nas favelas, a seca - típica da região Nordeste, que chegou ao Sudeste - e a propagação do zika vírus pelo país foram alguns dos tópicos escolhidos. Cada aluno escolheu um problema diferente e propôs pelo menos uma medida a ser tomada pelo governo para solucioná-lo – seja investir mais dinheiro, reajustar os privilégios ou aumentar a conscientização da população –, mas todos pareciam trazer à tona a desigualdade social no país. Entretanto os trabalhos não tinham apenas críticas – as apresentações também levantaram pontos positivos das campanhas já implementadas no país, como a utilização do exército para combater o mosquito Aedes Aegypti; o programa Viva Mulher para conscientizar as mulheres sobre o câncer e o programa Médico de Família, em que, em regiões mais pobres, uma equipe médica se torna responsável fixa por uma parcela daquela população.
Já o professor mostrou seu trabalho ao redor do mundo e as diferenças dos povos a quem auxiliou em suas missões, que compreendiam desde zonas de refugiados até vítimas de fenômenos naturais, como terremotos e tsunamis. Krcmery avalia a seriedade das situações pelas necessidades de cada grupo. As mais urgentes ou de primeira instância, são casos de vida ou morte, e com um membro infectado; as de segunda instância ou básicas, são necessidades do dia-a-dia, como comer, beber e respirar; e necessidades de terceira instância são conforto, estabilidade, companhia e lazer. Um exemplo dado pelo professor é de jovens refugiados que não necessitam mais de cuidados médicos e sim de pessoas com quem possam brincar, que prestem atenção nelas.
Além disso, o reitor da Universidade de Trnava falou sobre as doenças infecciosas e o perigo de isolamento de grupos em ambientes fechados por longos períodos de tempo, como em viagens de avião, em que é o mesmo ar circulando inúmeras vezes. Ele também apresentou curiosidades sobre bactérias e sua propagação: comer em buffets apenas comida quente ou quando acabou de ser expostas, pois bactérias não conseguem sobreviver ao calor.
Apesar de ter feito apenas uma visita curta, o professor Krcmery disse estar feliz por ter tido a chance de conhecer a universidade e espera voltar em breve. Entre os convidados, representando a direção da Escola Médica de Pós-Graduação, o especialista em Endocrinologia, o professor Walmir Coutinho, e o professor de Scranton, Steven Szydlowski.