Falta de diagnóstico aumenta riscos em quem sofre de demência
por Clara Pires
Segundo dados da OMS, a cada três segundos uma pessoa é identificada com algum caso de demência. O total é de 47 milhões no mundo todo, um número que deve triplicar até 2050. O mal de Alzheimer é 60% dos diagnósticos, seguido da Demência Vascular e da Doença de Corpos de Lewy.
Um estudo feito pela Escola de Medicina do Hospital Johns Hopkins com mais de 7.000 americanos acima dos 65 anos, mostra que possíveis pacientes com demência que não recebem o diagnóstico em seus estágios iniciais têm quase o dobro de chance de se envolverem em atividades de risco do que aqueles que o recebem.
Isso porque ao não serem diagnosticados, eles continuam a se envolver em atividades que precisam de atenção especial: como dirigir, cozinhar, ministrar medicamentos e cuidar de finanças.
Os estudiosos estimam que metade dos casos não são identificados. Eles também destacam a importância dos pacientes e de suas famílias estarem conscientes dos problemas decorrentes da demência para que possam tomar as medidas de segurança e proteção necessárias para a maior qualidade de vida de quem sofre da doença.
‘‘Quando os pacientes são formalmente diagnosticados, seus entes queridos se tornam cientes de que em determinado momento será necessário ajudá-los com o transporte, medicação e alimentação. Mas quando as pessoas não recebem esse diagnóstico, problemas já existentes devido à condição são ignorados e permanecem no desconhecido’’, diz Halima Amjad, médica chefe do estudo.
Dificuldade para se lembrar de acontecimentos recentes, mas não do passado, esquecer nome de pessoas próximas e objetos de utilização diária, se sentir ansioso, com raiva e até depressivo, ficar confuso em ambientes conhecidos e se perder em caminhos frequentes são alguns dos sintomas da doença que podem ser identificados por amigos e familiares e levados à atenção de um médico.
O diagnóstico então deverá ser feito por um especialista através de avaliação detalhada do histórico médico e pessoal, exame de sangue completo para detectar condições como diabete, anemia e infecção e descartar outras como deficiência de vitamina B. Também são feitos exames de imagem do cérebro como tomografias e ressonâncias e análise da capacidade mental a partir de testes como o de Folstein ou MEEM.
Para alguns casos de demência não existe cura. Porém, a assistência de um terapeuta comportamental e psicólogo, acompanhamento médico constante, remédios, exercícios de memória e linguagem e apoio da família e amigos podem ajudar a atrasar o agravamento dos efeitos.