Doces à noite aumentam os riscos à saúde, diz novo estudo

por Rodrigo Yacoub

receita-de-donuts-americanos-300x199.jpg

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Múrcia, na Espanha e de Harvard, nos Estados Unidos, descobriu que o horário em que comemos doce pode influenciar na absorção de gordura do nosso corpo.

Os dados foram coletados de 18 indivíduos de perfis diferentes que se submeteram ao by pass gástrico no Hospital Virgen de la Arrixica, de Múrcia. O material mostrou a existência de um “relógio” interno no tecido adiposo subcutâneo capaz de regular a produção de insulina. Pesquisadores descobriram que hormônio tem mínima sensibilidade à noite. Isso significa que os açúcares ingeridos neste horário aumentam a taxa de glicose no sangue, o que acaba sendo convertido em gordura, de acordo com uma das autoras do estudo, a professora de Harvard, Marta Garaulet.

A insulina, produzida pelo pâncreas, é responsável, junto com o hormônio glucagon, por regular os níveis de glicose no sangue. Doces, em sua grande maioria, são carboidratos simples e refinados e, quando ingeridos, logo se tornam açúcar no sangue. Quando existe muito açúcar no sangue, a insulina tem o papel de armazenar o açúcar, seja em glicogênio ou em gordura. Glicogênio é a primeira forma de armazenamento de energia do corpo, nos músculos e no fígado. Se não há mais espaço para o acúmulo da substância neste formato, o corpo recorre ao armazenamento da glicose em células de gordura. Com o consumo de doces durante a noite, a taxa de glicose no sangue aumenta, e, com a baixa sensibilidade do tecido adiposo neste horário, a chance de armazenar gordura é maior.

Ainda segundo a especialista, comer doces à noite pode aumentar o risco de sofrer de diabetes e obesidade, embora a pesquisa tenha mostrado ser possível, em sete dos dezoito indivíduos, evitar essa possibilidade dormindo uma quantidade adequada de horas de sono.