Setembro amarelo e a prevenção ao suicídio

por Clara Pires

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Setembro é o mês oficial da conscientização sobre a prevenção ao suicídio. O movimento, que acontece desde 2014, tem como objetivo alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo por meio de ampla divulgação de informações e a identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela. Essa cor foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) porque significa vida, luz e alegria. No país, a campanha teve início através do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Hoje, o suicídio é a 14ª maior causa de morte no mundo inteiro e a terceira entre pessoas de 15 a 44 anos. Ai?? um problema de saúde pública que vem crescendo a cada ano, já tendo aumentado 60% nos últimos 50 anos. Porém, ainda é para muitos um assunto tabu. Por medo, vergonha ou mesmo desconhecimento, as pessoas não falam sobre ele e assim, não se ligam em sinais que podem indicar que alguém está com ideias suicidas. Devido a isso, a organização do setembro amarelo criou como slogan do movimento, a frase: "falar é a melhor solução".

De acordo com dados da OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, um total de aproximadamente 800 mil ao ano ou 2.200 por dia. No Brasil são cerca de 12 mil por ano e 32 por dia. Mas um dado para o qual ela chama atenção é que nove em cada dez casos poderiam ter sido prevenidos e por isso, é tão importante a conscientização das pessoas quanto a importância do cuidado com a saúde mental.

Segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Psicanálise, os suicidas têm dificuldades de comunicar a outros sobre sua dor e problemas, por isso recorrem a diversas fantasias para justificar a si mesmos a autodestruição. Geralmente, essas imagens criadas são sobre ter uma nova vida, e assim, se infligir dor seria a saída para acabar com a tristeza e recomeçar novamente, agora com mais chances de acertar. Muitos dos casos não dizem respeito a querer morrer de fato e sim, a parar de sentir algo.

Para ajudar alguém, é recomendado que se siga algumas diretrizes. Primeiro, prestar atenção aos fatores de risco como morte recente na família, tentativas anteriores, abusos passados ou atuais, etc. Em seguida, observar o que é dito e reparar nas emoções mostradas. Procurar por mudanças no comportamento: se já não faz mais coisas de que gostava muito, se passou a dar objetos pessoais de presente, a ler livros relacionados ao assunto, a visitar lugares como prédios altos e viadutos, etc. Ao identificar esses fatores, faça contato direto, escute, mostre que compreende e que se importa e procure/recomende ajuda especializada.