Novo estudo é esperança para saúde cardíaca

por Rodrigo B Yacoub

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Novo estudo americano está perto de descobrir como transformar células-tronco em células cardíacas. Essa descoberta da Universidade de Aberdeen, nos EUA, pode representar um marco nos cuidados do coração, já que o órgão não consegue regenerar-se. Ele perde essa habilidade pouco depois do nascimento, o que dificulta o tratamento das condições que o degradam.

Em seu relato, os pesquisadores descrevem evidências de que um tipo de sinalização molecular pode transformar células-tronco em células músculo do coração, o que pode ajudar a desenvolver novos métodos para a produção de novas células cardíacas.

De acordo com Silvia Mazzota, uma estudante de doutorado da universidade, o problema não é criar novas células, e sim estimular seu crescimento na fase adulta, principalmente depois de um trauma. “Durante a vida embrionária é possível gerar células do músculo cardíaco, mas se um adulto sofre um infarto, o coração não consegue se regenerar suficientemente para reparar toda a extensão do dano”, explica a pesquisadora. “A esperança da nossa pesquisa é que, se entendermos como funciona o mecanismo molecular por trás da criação de novas células, poderemos criar estratégias terapêuticas para encorajar a regeneração cardíaca”.

Tecidos e órgãos se desenvolvem em embriões baseados na comunicação das células entre si. Essa comunicação, chamada de sinalização entre células, é controlada por moléculas sinalizadoras, sendo parte delas um grupo chamado Wnt, de papel relevante na saúde do coração.

A atividade dos sinais Wnt em células-tronco embrionárias in vitro incentiva a transformação das célula-tronco em cardíaco-muscular, explicitam os autores na publicação da revista científica Stem Cell Reports.

O próximo passo, de acordo com os autores do estudo, vai ser descobrir como transformar essa descoberta em um método terapêutico que incentive as células do coração a se regenerarem. O impacto dessa descoberta pode ser enorme na sociedade, que, cada vez mais, se torna refém das doenças cardíacas.