Inovação a favor da experiência humana no sistema de saúde
A importância do protagonismo dos pacientes nos cuidados médicos
Por Cecília Quintella
“Não há dúvidas da importância da parte técnica da medicina ser perfeita, mas a parte humana não deve ser esquecida”, defendeu a médica Franciane Gonçalves, Diretora Corporativa de Acolhimento e Bem-estar do Cliente na empresa Hapvida. A importância de se aprimorar a experiência das pessoas nos atendimentos médicos é cada vez mais discutida. Com o surgimento de novas tecnologias, as empresas enfatizam a necessidade de um cuidado centrado nos pacientes. O tema foi abordado durante palestra no festival de inovação e saúde, FisWeek, nesta quarta-feira, dia 6.
Uma pesquisa publicada este ano pelo Instituto Beryl - o maior na discussão da experiência humana na área da saúde - analisou as expectativas e preocupações dos pacientes e familiares quanto aos atendimentos médicos. Depois de ouvirem mais de 2.700 brasileiros, os resultados demonstraram que as expectativas principais estão relacionadas à confiança nas habilidades do profissional, a ambientes limpos e confortáveis, assim como a serem tratados com respeito.
O Cuidado Centrado no Paciente já é recomendado por algumas das mais respeitadas instituições de saúde, como a OMS e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Este foi um conceito estabelecido pela Institute of Medicine, nos Estados Unidos, com o objetivo de envolver os pacientes de forma mais ativa durante o tratamento. As recomendações são focadas nos profissionais trabalharem uma comunicação atenta com os pacientes, de forma que respeite os seus valores e atenda às necessidades específicas.
No relatório do Instituto Beryl foi apontado ainda a expectativa dos pacientes de serem informados e educados, de forma que compreendam as doenças, opções de tratamento e os prós e contras de cada uma. Também presente no painel da FisWeek, o co-fundador da empresa de tecnologia “Alice”, Guilherme Azevedo, destaca como a tecnologia pode auxiliar no processo de atendimentos médicos. Ele reconhece uma grande preocupação das pessoas quanto aos custos, mas enfatiza como é possível ajudar a encontrar a melhor forma de procurar ajuda por meio de tecnologias, como a da Alice. “Se a porta de opções aberta for bem organizada e correta, é possível fazer um melhor uso do sistema de saúde”, declarou.