Pílulas anticoncepcionais afetam a capacidade de regular o estresse, afirma estudo

Cerca de 61% da população feminina que utiliza métodos contraceptivos opta pela pílula, segundo o IBGE.

Mulheres começaram a usar a pílula anticoncepcional durante a década de 1960.

Por Carolina Lopes Bottino

A pílula anticoncepcional oral é um medicamento com diferentes combinações sintéticas dos hormônios progesterona e estrogênio, podendo alguns possuírem apenas um deles. São responsáveis por inibir a ovulação, impedindo a gravidez e auxiliando no tratamento dos sintomas de doenças hormonais, como a síndrome do ovário policístico e endometriose, por exemplo.

Uma pesquisa recente, publicada na revista científica Behavioural Brain Research e desenvolvida pela Aarhus University, descobriu que os níveis de cortisol, hormônio ligado ao controle do estresse, podem ser mais baixos em pessoas que fazem o uso regular da pílula anticoncepcional. Em contrapartida, revelou-se que, no caso das mulheres que não tomam o medicamento, a resposta ao estresse irá depender de onde ela se encontra em seu ciclo menstrual.

O estudo analisou 131 mulheres na faixa etária média dos 20 anos, sendo que algumas tomavam anticoncepcional e outras não. Após a coleta de uma amostra de sangue, as participantes foram submetidas à interação social durante 15 minutos. No caso das que não faziam o uso da pílula, os níveis de estresse diminuíram, mas no caso contrário, não houve nenhuma mudança significativa nos níveis de ACTH, que estimula a produção de cortisol.

De maneira geral, os pesquisadores envolvidos têm a hipótese de que o anticoncepcional pode suprimir a produção de progesterona do próprio corpo. Ela está relacionada a um hormônio que possui efeitos calmantes e pode influenciar na resposta ao estresse. Até o momento, ainda não foi possível explicar exatamente como essa relação afeta diretamente as mulheres.

Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0166432823002681?via%3Dihub