Prof. Sérgio Novis, fundador da Neurologia na PUC-Rio, reúne alunos, ex-alunos e professores

Por Nicole Rangel Correia

Professor Sérgio Novis e seus ex-alunos.

Na quinta-feira, 08/11, a coordenadora do curso de Neurologia da PUC-Rio, Professora Maria Lucia Vellutini Pimentel, realizou o VIII Encontro da Associação de Alunos do Professor Sérgio Novis. O evento foi realizado no campus da Saúde da PUC-Rio e contou com a participação de alunos e professores do curso.

As palestras abordaram relevantes temas da prática clínica da Neurologia, reunindo um time de especialistas, que destacou a importância do olhar integral do paciente. Para realizar a abertura do evento, o ilustre professor Sergio Novis esteve presente e passou um pouco do seu ensinamento para todos os presentes:

Cabe a vocês saber o certo e fazer o possível (...) Trate do paciente, não o enxergue como uma doença. A doença não é a pessoa, mas sim está no corpo dela.
— Professor Sérgio Novis

Confira abaixo um pouco de cada palestra do VIII Encontro dos Alunos do Professor Sergio Novis:

Ataxias Cerebelares

O primeiro palestrante do evento era do doutor Luiz Eduardo Novis, neto do professor Sérgio. “Não fui oficialmente aluno dele, mas ele foi meu professor de vida”, explicou o palestrante. Luiz Eduardo falou sobre ataxias cerebelares, e mostrou ao público diversas pesquisas e novidades sobre o tema. O foco de seu trabalho é o sequenciamento de nova geração, uma metodologia para sequenciar vários genes simultaneamente. 

Inteligência Artificial na Neurologia

Em seguida, o doutor André Peres de Oliveira  palestrou sobre “Inteligência Artificial na Neurologia”, tema importante para os neurologistas de hoje. André exibiu resultados de pesquisas ao público: “quando examinamos o paciente, encontramos sintomas subjetivos. Mas a IA conseguiu tornar essa subjetividade em um diagnóstico”. Além disso, o palestrante também mencionou questões éticas relacionadas às novas tecnologias: “eu acho que a IA artificial será uma ferramenta que vamos ter de aprender a usar. É importante saber o que vamos pedir a ela para fazer para nós”. 

 A Epilepsia  e canabidiol

A doutora Michelle Zimmermann iniciou seu discurso agradecendo a todo trabalho do professor Novis. Contextualizando seu tema, a doutora mostrou ao público evidências históricas do uso medicinal de Cannabis através de uma linha do tempo. O enfoque de sua palestra foram as pesquisas já existentes sobre Cannabis. “O canabidiol, dentro da epilepsia, é visto como mais um medicamento”, explicou a doutora.

Neuroanatomia das emoções

Dando continuidade às apresentações, a doutora Shenia Novis começou sua palestra sobre “a neuroanatomia das emoções” explicando as memórias da emoção e o sistema límbico. A doutora explicou inúmeros detalhes da neurologia em sua apresentação, mostrando ao público de maneira didática quais as regiões responsáveis pela razão e emoção. 

Atualizaçoes na doença de Alzheimer

Leonardo Brandão Barreto discursou a respeito das atualizações da doença de Alzheimer e aspectos terapêuticos. “O problema da doença de Alzheimer é que é uma doença com múltiplos mecanismos”, comentou o palestrante. O doutor mostrou que existem novidades promissoras para o tratamento terapêutico do Alzheimer através da exibição de novos estudos e dados recentes ao público.

RM do crânio e a inteligência artificial

A fala do doutor Celso Hygino iniciou “desmentindo” o mito de que a inteligência artificial dominará o trabalho dos radiologistas: “quem cuida da inteligência artificial dentro da radiologia é o próprio radiologista”. Ao longo de sua palestra, o doutor mostrou que IA na Ressonância Magnética é algo positivo que ajudará os médicos na tomada de decisões e resolução de problemas complexos. Por fim, o radiologista afirmou: “a IA não vai substituir os radiologistas. Mas ela vai, com certeza, substituir os radiologistas que não a usam”. 

A esclerose múltipla na era das novas medicações

A doutora Letícia Fêzer Mansur falou sobre Esclerose Múltipla na era dos muitos medicamentos vigentes, explicando a história da doença e seus tratamentos através de uma linha do tempo. Desde o início da noção científica de Esclerose Múltipla até os dias de hoje, Letícia mostrou as medicações e critérios utilizados para combater a doença, atualizando o público a respeito do que é novo na área. A doutora também fez comparação dos métodos antigos utilizados com os atuais, como o escalonamento (que foi substituído pela indução ou escalonamento mais rápido), por exemplo. Ao fim de seu discurso, a doutora agradeceu ao professor Novis e passou a palavra para a próxima palestrante. 



Esclerose múltipla na infância

A Dra Tânia Saad ministrou ao público uma palestra sobre a Esclerose múltipla na fase pediátrica. Segundo a médica, os casos da doença na infância são raros e demandam muita atenção no momento do diagnóstico. Também foi ressaltada a importância de uma boa relação entre médico e paciente, uma vez que a criança ou adolescente diagnosticada por vezes não possui conhecimento sobre sua enfermidade: “eu não quero que ele saiba o que tem pelo Google, pelos grupos, que nem sempre relatam as melhores resoluções…”. A doutora terminou sua fala mencionando a importância do tratamento adulto para a compreensão do pediátrico: “a gente aprende um pouquinho com os adultos e tenta traduzir isso para a faixa etária infantil”. 


D. de Parkinson: Papel dos exames complementares no diagnóstico da doença

A última palestra do evento foi ministrada pela Dra. Denise Nicaretta, que falou sobre a Doença de Parkinson e os exames complementares no diagnóstico da doença. A doutora começou respondendo a questão “como a Doença de Parkinson é diagnosticada hoje em dia, com tanta tecnologia?”, mencionando dados atuais e explicando os sintomas da doença. Denise disse que os exames complementares podem ser úteis no diagnóstico da doença a depender do caso, deixando claro que apenas esses exames não são totalmente eficazes por si só. A doutora finalizou seu discurso agradecendo ao professor Sérgio Novis por todo o apoio em sua trajetória profissional: “se hoje estou onde estou, eu devo ao professor Novis”.