Uso de antibióticos pode afetar a microbiota intestinal de bebês
Pesquisadores descobriram que a microbiota fúngica no intestino é mais abundante e diversificada em crianças tratadas com antibióticos em comparação com o grupo controle mesmo seis semanas após o início do curso de antibióticos.
O estudo publicado no Journal of Fungi mostra que a redução do número de bactérias intestinais como resultado da antibióticoterapia reduz a competição por espaço e deixa mais espaço para os fungos se multiplicarem. Ou seja, as bactérias no intestino regulam a microbiota fúngica e a mantêm sob controle. E quando as bactérias são interrompidas por antibióticos, fungos, Candida em particular, têm a chance de se reproduzir.
Os pesquisadores explicam que os antibióticos podem ter efeitos adversos tanto na microbiota bacteriana quanto na fúngica, o que pode resultar, por exemplo, em diarreia associada a antibióticos. Além disso, os antibióticos aumentam o risco de desenvolver doenças inflamatórias crônicas, como a doença inflamatória intestinal (DII), e eles também têm ligação com o excesso de peso. Eles acreditam que esses efeitos a longo prazo sejam causados, pelo menos em parte, por um desequilíbrio na microbiota intestinal.
Embora o efeito de antibióticos na microbiota bacteriana tenha sido previamente investigado, estudos sobre microbiota fúngica têm sido escassos. Os achados deste estudo indicam que a microbiota fúngica também pode ter um papel nos efeitos a longo prazo do desequilíbrio na microbiota intestinal.