Arritmias ligadas à COVID-19 e danos virais às células-marca-passo do coração
Pesquisadores descobriram que o vírus SARS-CoV-2 pode infectar células-passo especializadas que mantêm a batida rítmica do coração, desencadeando um processo de autodestruição dentro das células. O estudo pré-clínico publicado no Circulation Research oferece uma possível explicação para as arritmias cardíacas que são comumente observadas em pacientes com infecção por SARS-CoV-2.
No estudo os pesquisadores utilizaram um modelo animal, bem como células-passo derivadas de células-tronco humanas para mostrar que o SARS-CoV-2 pode facilmente infectar células marca-passos e desencadear um processo chamado ferroptose, no qual as células se autodestroem, mas também produzem moléculas de oxigênio reativas que podem impactar células próximas.
As arritmias, incluindo ritmos cardíacos muito rápidos (taquicardia) e muito lentos (bradycardia) têm sido notadas entre muitos pacientes de COVID-19, e vários estudos associaram esses ritmos anormais a piores desfechos. Mas não ficou claro como a infecção pelo SARS-CoV-2 pode causar tais arritmias. Esse novo estudo encontrou evidências de que após a exposição nasal o vírus pode infectar as células da unidade de marca-passo cardíaco natural, conhecida como o norial sinoat.
Outra descoberta foi que as células marca-passo, em resposta ao estresse da infecção, mostraram sinais claros de um processo de autodestruição celular chamado ferroptose, que envolve o acúmulo de ferro e a produção descontrolada de moléculas de oxigênio reativas que destroem células. Os cientistas foram capazes de reverter esses sinais nas células usando compostos que são conhecidos por ligar ferro e inibir a ferroptose.
Fonte: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCRESAHA.121.320518