Falecimento de Tarcísio Meira e eficácia da vacina contra COVID-19
Ator Tarcísio Meira, de 85 anos, morreu no dia de ontem (12 de agosto) por complicações da Covid-19 mesmo após tomar as duas doses da vacina e acabou levantando dúvidas em relação à eficácia da imunização das vacinas contra a doença.
Especialistas médicos, porém, explicam que um caso do tipo não significa um atestado de falta de efetividade dos imunizantes, mas, na verdade, o agravamento do quadro está intimamente ligado ao funcionamento do sistema imune do corpo. O ator de 85 anos estava em uma faixa de idade em que há a chamada imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imune, responsável pelo combate às doenças no corpo humano.
É possível perceber seu efeito, por exemplo, em um estudo que avaliou a efetividade da vacina CoronaVac em São Paulo. Na análise, a vacina apresentou potência para evitar 80,1% das hospitalizações e 86% dos óbitos quando avaliados o público de 70 a 74 anos. Contudo, quando a análise é fatiada para quem tem 80 anos ou mais, há uma importante queda na robustez da proteção: a efetividade para hospitalizações cai para 43,4% e, de mortes, para 49,9%.
Além disso, os profissionais da saúde ressaltam que nenhuma vacina é 100% eficaz para casos sintomáticos, internações e mortes. Há, é claro, pessoas que não apresentam resposta imune em todas as idades, mas a prevalência é maior entre os pacientes com idade mais avançada.