Primeiro brasileiro a presidir a Federação Mundial de Obesidade
por Ana Luísa Nunes
O coordenador do curso de pós-graduação em Endocrinologia da PUC-Rio, Prof. Walmir Coutinho, assumiu no dia 20 de março a presidência da Federação Mundial de Obesidade, que reúne 30 mil membros associados de 53 federações nacionais ao redor do mundo. O endocrinologista é conhecido internacionalmente por suas pesquisas e também chefia o Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). De acordo com o Portal da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, o Prof. Coutinho é o primeiro latino-americano a ocupar o cargo.
A gestão do novo presidente será caracterizada pela promoção de ações efetivas para o controle da obesidade, que já atingiu o nível de uma epidemia mundial. Uma campanha global de conscientização das consequências da obesidade para a saúde da população será lançada em breve. A medida é parte do novo caráter atuante adotado pela Associação Nacional dos Estudos da Obesidade, que não mais se limitará à observação e pesquisa, expandindo suas ações para a conscientização e controle da doença. "A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença crônica e passa a ser transmissível quando se reproduz o estilo de vida da sociedade", esclarece Coutinho.
A indicação de um médico da América do Sul para o cargo é significativa, já que, devido aos maus hábitos alimentares e aos altos índices de sedentarismo, o número de pessoas obesas tem aumentado absurdamente no continente, especialmente no Brasil, no Chile e no Peru. Segundo o Prof. Coutinho, uma das principais medidas para refrear a epidemia é o controle da obesidade infantil, que no Brasil já atinge o elevado índice de 20% das crianças acima do peso, de acordo com o mapa da obesidade feito pela OMS. "Os hábitos saudáveis deveriam começar dentro de casa e grandes mudanças se fazem necessárias para que possamos conter o quanto antes o crescimento da obesidade infantil, possibilitando a reversão do processo antes que o paciente atinja a idade adulta" alerta o especialista.