Inovações ajudam quem tem diabetes
por Anna Luiza Lira
Aprovado pela Comissão Europeia em janeiro de 2013, a insulina degludec, desenvolvida pela farmacêutica Novo Nordisk, chegou ao Brasil prometendo ajudar a vida de muitas pessoas diabéticas. O medicamento combate a hipoglicemia e possui longa duração (aproximadamente 40h) mantendo, assim, a estabilidade nos níveis da glicose.
Outra novidade lançada é o medidor de glicose sem fios e livre de agulhas Symphony CGM (desenvolvido pela Echo Therapeutics – Massachusetts), que fornece informações confiáveis sobre a glicose a fim de melhorar o seu monitoramento e evitar as picadas excessivas de um medidor comum. O aparelho foi inicialmente projetado para pacientes em unidades hospitalares com cuidados intensivos e, posteriormente, para pessoas com diabetes.
“Acredito na funcionalidade da nova insulina. Seu principal objetivo é diminuir o risco de hipoglicemia e ajudar os pacientes, que poderão trocar com facilidade o horário da injeção. Assim como o medicamento, estudos já comprovam a precisão do scanner medidor da taxa de glicose no sangue”, afirmou o coordenador do curso de Endocrinologia da Escola Médica de Pós-Graduação, professor Walmir Coutinho, presidente-eleito da International Association for the Study of Obesity.
Ao contrário de outras, essa insulina pode ser aplicada apenas uma vez ao dia, e possui ação significativa principalmente em pacientes com diabetes tipo 2. Como os horários de aplicação não precisam ser os mesmos, a pessoa pode ter mais flexibilidade e liberdade, adequando as injeções a sua rotina. Esse avanço diminui consideravelmente os picos glicêmicos, principalmente a hipoglicemia noturna, um dos principais problemas enfrentados por quem tem diabetes nos dias de hoje.
A maioria dos sistemas de monitoramento disponíveis no mercado possuem agulhas, o que aumenta o risco de infecções, inflamações ou hemorragia no local. O novo aparelho não é invasivo e, portanto, não tem riscos ou gera desconforto associado a esse sistema.
O Brasil tem um número alarmante de pessoas com diabetes. São cerca de 14 milhões, mas a maioria dos casos é referente ao tipo 2, que pode ser evitado através do combate a obesidade e ao sedentarismo, por exemplo. Com uma taxa tão elevada, o mercado vem investindo cada vez mais na criação de novas tecnologias para aumentar a qualidade de vida de tantas pessoas. “Além dessas inovações, serão lançados novos medicamentos que aumentam a eliminação de glicose pelo rim, controlando sua taxa no sangue, ajudando a redução do peso e a estabilidade da pressão arterial”, conclui o professor.