Industrializados: vilões ou mocinhos?
por Thays Vianna
Você consome muitos alimentos industrializados? Sabe exatamente do que está se alimentando? A composição, processamento e procedência dos alimentos, além do trajeto percorrido até ser consumido são quase mistérios para a população metropolitana. Na cidade urbana, o consumidor está cada vez mais distante da produção de seus alimentos. Ao longo do século XX, as produções industriais foram se intensificando e com isso as técnicas e os métodos desenvolvidos para que a aparência e forma física dos alimentos disfarçassem a produção industrial dos mesmos tornaram-se cada vez maior, colocando-os como concorrência direta dos produtos in natura. Esse processo foi denominado de Substitucionismo.
O alimento natural não se refere somente ao gosto, pois além de mais saboroso é mais saudável, puro e fresco. O enlatamento e a refrigeração têm o objetivo de preservar e conservar os produtos frescos por mais tempo, todavia, o processo de transformação da maioria deles é o grande problema. Não sabemos exatamente a composição do pó que se transforma em uma sopa ou purê, ou do leite em caixinha que após aberto demora tanto até estragar. Esses alimentos são grandes causadores de doenças como, diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, obesidade e hipercolesterolemia (elevação da taxa de colesterol no sangue), pelo fato de que há a necessidade de um acréscimo em sua composição, como: agrotóxicos, corantes, conservantes e aditivos químicos.
Segundo a nutricionista e professora do curso de especialização em Endocrinologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, Ana Paula Lins, devemos evitar esse tipo de alimento sem pensar duas vezes e orientou dizendo que para melhor selecioná-los, um bom começo é comprar alimentos in natura, minimamente processados e tentar fazer sua própria preparação em casa ou por alguém que você tenha certeza que não irá acrescentar algo que traga danos, como por exemplo, caldos industrializados ou temperos ricos em sal e colesterol. A professora ainda acrescenta uma dica: "leia o rótulo, veja se você reconhece os nomes e se não há presença de química e elementos como sal, açúcar e gordura em excesso. Procure as marcas que trabalhem com alimentos o mais natural possível, de preferência orgânicos". Com doutorado em saúde da mulher e da criança, a professora Ana Paula orienta os pais à saber escolher os alimentos adequados, ler os rótulos com a intensão de evitar problemas futuros e até uma possível obesidade precoce.
Além disso, para as pessoas que tentam fazer uma dieta e emagrecer com segurança é preciso lembrar que o mais importante é levar uma vida saudável, com qualidade e longevidade, pois com uma boa alimentação, produtos corretos e de qualidade, além de um acompanhamento médico, o emagrecimento se torna uma consequência.