Os preparativos da saúde carioca para atender as Olimpíadas
por Rodrigo Yacoub
Sediar as Olimpíadas não é só uma honra como uma grande responsabilidade. Foram quatro anos de preparação para o evento, e agora, com apenas uma semana para a abertura, a MEDPUC resolveu explorar um assunto que não foi tão falado na mídia: o que a saúde do Rio de Janeiro fez para se preparar para um evento de tamanha proporção.
De acordo com uma entrevista do secretário da Saúde, Daniel Soranz ao G1, a cidade está pronta. Os preparativos para as Olimpíadas contam com o envolvimento de mais de 15 mil profissionais, a doação de 140 ambulâncias pelo Ministério da Saúde e 30 milhões repassados para o Fundo Nacional de Saúde. A maioria dos hospitais que servem como referência por proximidade aos locais onde serão sediados os esportes foram reformados e postos de atendimento foram distribuídos pela cidade.
Os postos de saúde serão o principal recurso para os turistas, pois os problemas que os acometem são, em sua grande maioria, de baixa complexidade. Entre as preocupações para o evento está a chegada de estrangeiros, e com eles, a possibilidade de trazer doenças já erradicadas do território nacional, como rubéola, sarampo e poliomielite. Para cuidar disso, o Ministério da Saúde criou estoques da vacina para prevenir a volta dessas doenças.
Uma das maiores preocupações para as Olimpíadas é, como em todo evento de grande porte, a chance de atentados terroristas. Para tomar todas as precauções necessárias, a diretora da Divisão Médica do Hospital dos Bombeiros, Paula Dadalti, dedica seu tempo à treinamentos para situações de risco.
"Treinamos para dar a resposta hospitalar adequada em casos de acidentes que os bombeiros possam vir a sofrer, principalmente em situações de grande público, que trazem muita atenção. Como, por exemplo, atentados por armas químicas, biológicas, radiológicas ou nucleares. Além disso, estamos preparando o hospital para eventos com múltiplas vítimas e realizando treinamentos sistemáticos para situações de risco", resume a Coronel Paula
Nesses treinamentos, muito comuns em países como a Alemanha e Reino Unido, de acordo com a diretora, é necessário improvisar novas enfermarias, em caso de lotação, criar novos planos de chamada dos médicos e métodos mais eficientes de evacuação do hospital.
O Corpo de Bombeiros e a Força Militar também estão à postos, prontos para quaisquer situações. O treinamento dos mais de 85 mil homens que trabalharão em função da segurança dos jogos foi focado na resposta imediata: como eles, que dão o atendimento emergencial, devem agir em casos de ataque terrorista. Também foi parte essencial do treinamento instruir o público, para despertar a atenção sobre um tema que nunca esteve em pauta.