O termo Saudável chegou na mesa do brasileiro
por Rodrigo Yacoub
A alimentação saudável se tornou a nova moda não só no Brasil, mas no mundo todo. É comum ouvirmos bloguers, atores, cantores e em geral figuras midiáticas se mostrarem adeptos a esta alimentação. Mas não são só eles. Nova pesquisa da Datafolha feita para a Associação das Empresas e Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador e ouviu mais de 4.560 pessoas para chegar à conclusão de que o brasileiro comum está virando fit.
Isso é como música nos ouvidos de porta-vozes desta corrente de alimentação, como Bela Gil, apresentadora do programa de televisão sobre culinária natural “Bela Cozinha”, no canal GNT. Bela, adepta desde cedo à alimentação nutritiva e principalmente consciente, sempre levantou essa bandeira. A pesquisa contou com o mais variado público, desde consumidores até donos de estabelecimentos como cafeterias, restaurantes e lanchonetes, e mais de 53% acreditam que o brasileiro está buscando uma alimentação mais rica em nutrientes.
Apesar do resultado, muitos brasileiros ainda criticam este viés da alimentação, o que não é novidade para Bela. “A alimentação saudável e consciente tem seus haters (quem não é fã) faz tempo. Mas não vale simplesmente criticar sem experimentar. Várias receitas que faço no programa, em casa e apresento nos meus livros são gostosas e satisfatórias”. Bela ainda identifica o porquê de os alimentos naturais serem vistos como sem sabor ou insossos: é tudo culpa dos industrializados. “Isso vem do caráter viciante dos produtos industrializados. Eles são gordurosos, açucarados e muito gostosos em termos de paladar. Isso porque existe uma fórmula química por trás daquele produto para torná-lo irresistível. Mas ser irresistível não quer dizer que é bom para você”.
Esse não é o único aspecto criticado pelos que não seguem uma alimentação saudável. Os alimentos mais saudáveis e indicados pela maioria dos nutricionistas são os orgânicos, ou seja, livre de químicos em sua composição. Apesar de bons para sua saúde, esses alimentos estragam com mais facilidade, são mais caros do que os comuns e são de difícil acesso. Mas a cada dia são criadas novas alternativas para tornar o orgânico mais próximo do consumidor. Como, por exemplo, o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, que já conta com 15 feiras espalhadas pela cidade, inaugurando sua mais nova, no bairro do Leme, dia 14 de maio.
Este é um exemplo de que a tese de Bela está indo pelo caminho certo. Ela acredita que a exclusividade dos orgânicos não deve durar e sim se tornar um produto cada vez mais acessível para toda a sociedade. “A conscientização da população sobre o potencial dos alimentos orgânicos deve gerar um movimento de valorização destes alimentos em contraponto às monoculturas cheias de conservantes que dominam o mercado hoje. Consequentemente, o acesso a esses alimentos tende cada vez mais à se democratizar. Este é o efeito global provocado pela mudança para uma alimentação saudável. Atinge não só você, mas o produtor e o planeta”, diz Bela.
Enquanto isso, é possível fazer concessões, acredita Bela, formada em Nutrição e Ciência pelo Hunter’s College, em Nova York (EUA). “Deixar de comer orgânicos não quer dizer que você não pode ser saudável. É possível ser saudável num orçamento curto. Uma das medidas que torna isso possível é retirar apenas os alimentos ultraprocessados e industrializados da dieta e trocá-los por comida de verdade: arroz, feijão, legumes. Escolhas simples como essas já fazem a diferença”, conclui a autora dos best-sellers Bela Cozinha e Bela Cozinha 2.