Empresa americana quer tirar pacientes em estado vegetativo do coma

Por Rodrigo Yacoub

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Mortos podem voltar a vida? É o que o projeto Reanima da empresa americana Bioquark tentará descobrir em nova pesquisa. Os cientistas pretendem descobrir com a pesquisa se é possível reanimar cérebros que estão em estado vegetativo. A iniciativa contou com a aprovação do Instituto de Ciências e Saúde Ambiental dos Estados Unidos e da Índia.

O projeto se baseia no pressuposto de que as células-tronco poderão, com o estímulo correto, se regenerar e voltar à atividade, baseado no tecido ao seu redor. O fenômeno já foi observado em animais, como a salamandra e suas extremidades e anfíbios e peixes, que conseguem regenerar parte de seu cérebro mesmo após trauma. Para chegar ao estímulo correto será necessário o uso de diversas terapias que contaram com “instrumentos da medicina regenerativa com outros que normalmente são utilizados para estimular o sistema nervoso central de pacientes com graves desordens de consciência” diz Iro Pastor, diretor do Reanima, em entrevista para a BBC Mundo.

O experimento acontecerá no Hospital Anupam de Rudrapur, cidade norte da Índia e não nos Estados Unidos, terra natal da empresa. O país foi escolhido por ter um custo mais baixo – enquanto nos EUA os custos chegariam a até 10 mil dólares por paciente, na Índia, será apenas de mil dólares: 10% do custo original. O país também foi escolhido por não permitir o leito de pacientes com morte cerebral por tanto tempo quanto em outros países.

A pesquisa se limita à pacientes que sofreram morte cerebral e estão conectados a aparelhos de suporte vital, sem consciência ou capacidade de respirar por si só. O projeto acabou de receber autorização para escolher os primeiros 20 pacientes e seu critério de avaliação se baseia em pacientes que, por alguma condição médica ou motivo religioso não pode se tornar um doador de órgãos.