Consequências psicológicas da política atual
Isabelle Bernardes
O Brasil está passando por um momento crítico em sua história política. O assunto está presente em todos os lugares, principalmente nas redes sociais. Assim como aconteceu nos EUA há dois anos, onde pesquisa apontou que se não existissem as redes sociais as discussões não teriam tido tanta visibilidade, no Brasil pessoas estão cada vez mais estressadas com este assunto. A violência, o ódio e a polarização de ideias e escolhas podem gerar consequências irreversíveis para o eleitor. Segundo a Psicóloga e mestre em Psicologia Clínica, Gláucia Pina, as queixas mais frequentes durante este período são: problemas do sono, dores musculares, preocupação e ansiedade. Alguns relatam até o aumento no consumo de bebidas alcoólicas e medicamentos para se anestesiarem.
Uma das maiores crises econômicas já vista no Brasil atinge a sociedade como um todo, o desânimo e a preocupação afetam tanto a vida social como a profissional. A dificuldade para dormir e cumprir obrigações diárias são marcas de um longo período eleitoral desgastante e são causadas por grande preocupação com o futuro.
O Brasil possui a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo e é o quinto país em casos de depressão, de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em momentos como esse, o nível de ansiedade aumenta, gerando até problemas de saúde. A Profa. Gláucia Pina afirma que “o estresse é uma resposta do organismo (físico ou mental) a um evento de esforço extremo ou importante, geralmente quando se sente ameaçado ou sob pressão. Essa resposta libera uma série de reações químicas no organismo, o que provoca reações fisiológicas. O organismo passa por diversos tipos de alterações no dia a dia; isso acontece sempre que o cérebro entende alguma atividade como ameaçadora ou que cause pressão, denominada Síndrome Geral de Adaptação ao Estresse”.
O estresse é algo normal e que todo mundo pode passar. Em alguns casos, ele pode ser até benéfico por fazer a pessoa ir atrás do que deseja, levando a um grau maior de satisfação. Porém, caso ele permaneça por um longo período e se torne excessivo, pode ser prejudicial. Aprendendo a conviver com o estresse e fazendo os tratamentos corretos, a convivência em sociedade pode voltar a ser normal.
Para evitar a cultura do ódio, é preciso primeiro pensar bem antes de falar. Sair do seu nicho social e conversar com pessoas fora da sua convivência é uma ótima opção para expandir ideias e talvez aprender novos argumentos que agreguem valor ao seu posicionamento. A psicóloga aconselha as pessoas a tentarem manter um diálogo, sem medo de todas as contradições e dubiedades da qual a realidade está cheia. É necessário encontrar um equilíbrio na fala, nas atitudes e respeitar a opinião do outro para que a sua também seja respeitada.