Surto de febre amarela no Brasil

Victória Guimarães

A febre amarela voltou, após 10 anos, a alertar os brasileiros com um grande número de casos registrados em regiões silvestres, rurais e de mata em Minas Gerais e no Espírito Santo.

A doença infecciosa apresenta dois ciclos de transmissão distintos, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos silvestres, sendo na América Latina os do gênero Haemagogus e Sabethes. Neste ciclo o homem torna-se um hospedeiro acidental ao frequentar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro e a transmissão ocorre a partir do mosquito Aedes aegypti infectado.

Segundo orientações do Ministério da Saúde, o período de incubação do vírus no homem varia de 3 a 6 dias, podendo se estender até 15 dias. A presença do vírus no sangue dura no máximo 7 dias e vai de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após o início da doença. É durante esse período que o homem pode infectar os mosquitos transmissores.

A prevenção segura contra a febre amarela é a aplicação da vacina em postos do SUS. O Ministério da Saúde enviou cerca de 7,5 milhões de doses complementares aos estados e suas divisas com maior incidência do vírus, como: Minas Gerais (3,5 milhões), Espírito Santo (1,7 milhão), Bahia (900 mil), Rio de Janeiro (700 mil) e São Paulo (700 mil).

Neste momento, a vacina é recomendada às pessoas que irão viajar ou vivem no leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização.

De acordo com a última atualização dos dados (01/02), os estados notificaram ao Ministério 857 casos suspeitos de febre amarela. Deste total, 667 casos permanecem em investigação, 149 foram confirmados e 41 descartados. Dos 135 óbitos notificados, 52 foram confirmados, 80 ainda são investigados e 3 foram descartados.

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