Por que tantos casos de Autismo?

Por Nicole Rangel Correia

Por que existem tantas pessoas diagnosticadas com autismo hoje? O diagnóstico foi banalizado ou o número de casos realmente aumentou?

Durante palestra na Casa da Medicina, o psiquiatra infantil Prof. Fábio Barbirato falou sobre o assunto.


 

Prof. Fábio Barbirato é responsável pela equipe multidisciplinar de tratamento de Autismo no Ambulatório Escola São Lucas da PUC-Rio.

O professor e médico Fábio Barbirato abriu o evento “Autismo nos Dias de Hoje: realidades e mitos” com sua palestra intitulada “O diagnóstico de Autismo realmente tem aumentado ou estamos perdendo a mão?”

Segundo o professor, existem vários fatores associados ao aumento do número de diagnósticos de crianças com autismo. Alguns exemplos citados são a evidência midiática do assunto (com mais informação, mais pessoas buscam o diagnóstico) e a atual capacitação dos profissionais em diagnosticar crianças antes dos 5 anos. 

O importante é saber fazer o diagnóstico correto e, se possível, de maneira precoce.
— Prof. Fábio Barbirato
 

Dando enfoque aos fatores de risco, o doutor enumerou alguns que influenciam de forma significativa no diagnóstico de TEA: sexo masculino, ter um irmão com Autismo, prematuridade, peso ao nascer menor de 2500g, idade paterna e histórico familiar de psicose/esquizofrenia, transtorno afetivo ou de outro transtorno mental/comportamental. O psiquiatra também reforçou: “sem questões ideológicas, vacina não causa Autismo”.

Durante a aula Barbirato explicou de onde surgiu o TEA e quais as mudanças na nomenclatura foram implementadas ao longo dos anos. “Autismo não é um termo que começou com Kanner. Autismo era uma nomenclatura que significa isolamento social”, explicou o professor, mostrando um panorama histórico da doença para seu público. 

Por fim, o especialista comentou sobre a importância do diagnóstico precoce, exemplificando através de um caso clínico como o tratamento pode avançar de maneira positiva se o paciente for diagnosticado precocemente.