Retinoblastoma: tipo raro de câncer ocular que acomete crianças
por: Isabelle Bernardes
O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina – parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. É o tumor primário mais comum no olho de crianças e tende a ocorrer no início da infância ou em lactentes e pode estar presente ao nascimento. Essa doença corresponde, aproximadamente, a 3% de todos os cânceres pediátricos, atinge de 200 a 300 crianças no Brasil e, geralmente, ocorre antes dos 5 anos de idade.
O retinoblastoma é uma doença extremamente grave e rara e requer um diagnóstico precoce, pois quanto mais cedo o tumor é encontrado, além da cura, aumentam as chances de salvar o globo ocular.
Na última semana, os jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin revelaram que sua filha, Lua, de 1 ano e 3 meses, está passando por um tratamento contra o retinoblastoma. Tiago Leifert percebeu movimentos irregulares nos olhos de sua filha ao pegá-la no berço para brincar. Ele observou que ela não o olhou nos olhos, olhou meio de lado. A bebê não dava nenhum sinal de dor ou desconforto nos olhos, foi apenas uma movimentação irregular que fez com que os pais a levassem ao médico. Infelizmente, Lua já está no estágio mais avançado da doença, estando o olho direito mais comprometido do que o esquerdo. Ela já passou por 4 sessões de quimioterapia intra-arterial, e ainda não se sabe por quanto tempo o tratamento irá se extender, porém já foi observada uma melhora significativa no olho esquerdo.
As causas da doença, no entanto, ainda são misteriosas. Os médicos explicam que ainda não foi descoberto se há fatores externos que podem atuar no desenvolvimento desse câncer. Mas a ciência já sabe que a doença é resultado de mutações, que levam a um crescimento descontrolado das células da retina.
O levantamento do histórico familiar, o exame de fundo do olho e o ultrassom fornecem elementos importantes para confirmar o diagnóstico, que, para ser concluído, é necessário que o médico faça um exame do fundo de olho com a pupila dilatada do paciente, sem realizar biópsia. Além disso, os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários.
Existem 5 classificações da gravidade do caso de retinoblastoma, de A até E. Tumores menores podem ser tratados de forma especial e sem que a criança tenha perda da visão. No início do tumor, o tratamento pode ser feito com laser ou crioterapia, que é uma espécie de congelamento do tumor, e assim é possível estagnar ou desaparecer.
Em casos mais avançados, o olho precisa ser retirado e o paciente acaba passando por quimioterapia ou radioterapia. A técnica, chamada de quimioterapia intra-arterial, tem trazido ótimas respostas entre os pequenos com essa doença, e consiste em injetar o remédio diretamente no vaso sanguíneo que abastece os olhos. Assim, o medicamento ataca o câncer com mais precisão e não precisa ser administrado em alta dose, o que diminui os efeitos colaterais e, em muitos casos, evita a perda da visão.
O retinoblastoma é um tumor que tende a ter um comportamento mais agressivo, um crescimento mais rápido. Apesar disso, ele não é um dos cânceres mais agressivos, existe um outro tumor dramático pediátrico, chamado linfoma de Burkitt.