Apesar de o coronavírus não infectar o cérebro, ele pode infligir danos
Pesquisadores descobriram que SARS-CoV-2, o vírus que causa COVID-19, provavelmente não infecta diretamente o cérebro, mas ainda pode causar danos neurológicos significativos.
O estudo publicado na revista Brain é o maior e mais detalhado relatório de autópsia cerebral COVID-19 publicado até o momento e mostrou que não foram observados qualquer sinal de vírus dentro das células cerebrais de mais de 40 pacientes com COVID-19, porém foram percebidas muitas mudanças patológicas nesses cérebros, o que poderia explicar porque pacientes gravemente enfermos apresentam confusão, delírio e outros efeitos neurológicos graves - e porque aqueles com casos leves podem apresentar 'névoa cerebral' por semanas e meses.
Os pesquisadores explicaram que embora existam alguns documentos que afirmam ter encontrado vírus em neurônios ou glia, eles acreditam que isso resulta de contaminação, e qualquer vírus no cérebro está contido nos vasos sanguíneos do cérebro. Caso haja a presença de algum vírus no tecido cerebral, deve ser em quantidades muito pequenas e não se correlaciona com a distribuição ou abundância de achados neuropatológicos.
Apesar da ausência de vírus no cérebro, em todos os pacientes os pesquisadores encontraram patologias cerebrais significativas, que se enquadravam em duas categorias: muitas áreas danificadas por falta de oxigênio e doenças pulmonares graves, por isso não é surpreendente que haja danos por hipóxia no cérebro.
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FONTE: https://academic.oup.com/brain/advance-article/doi/10.1093/brain/awab148/6226391