Sedentarismo pode reduzir a expectativa de vida dos jovens
por Ana Luísa Nunes
A atual geração de crianças será a primeira na História a viver menos que seus pais. A principal causa? O sedentarismo. Segundo a pesquisa realizada pelo movimento Design to Move, idealizado pela Nike em parceria com a American College of Sports e o International Council of Sports Science and Physical Education, a previsão é que, até 2030, a expectativa de vida de pessoas não ativas fisicamente diminua em até cinco anos.
O ritmo frenético da rotina moderna e o desenvolvimento da tecnologia levaram a hábitos prejudiciais à saúde: trabalhar muito, se alimentar mal e rápido, passar mais tempo sentado ou parado, inclusive nos momentos de lazer, não praticar exercícios. Doenças como diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares estão entre as principais consequências desse estilo de vida e estão cada vez mais incidentes em crianças e adolescentes.
"Mas nunca é tarde para se reeducar", afirma o Prof. Roberto Lourenço, coordenador do curso de especialização em Geriatria da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio. Segundo Lourenço, não importa por quanto tempo uma pessoa tenha mantido hábitos prejudiciais, sempre haverá benefícios em modificá-los. "Um ex-fumante pode nunca mais vir a ter a mesma baixa suscetibilidade a câncer de pulmão que alguém que nunca fumou, mas será bem menos suscetível do que se permanecesse fumando", esclarece.
Manter uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas regularmente, dormir bem, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são as principais medidas para se levar uma vida longa e, não só livre de doenças, mas com qualidade. "E o bom humor também é fundamental", ressalta o Prof. Lourenço.
O ideal é começar a se cuidar o mais cedo possível, mas a idade elevada ou costumes pouco saudáveis de longa data não são desculpas para se manter acomodado. Atitudes como fazer trajetos curtos a pé ou trocar a televisão no tempo de lazer por uma atividade ao ar livre, ter uma alimentação mais balanceada, arrumar tempo na agenda para uma atividade física regular e abandonar vícios como o tabagismo podem ser o começo de uma vida mais saudável.