HPV: Você sabe o que é
por Letícia de Oliveira
O HPV é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Papiloma vírus humano. Existem, atualmente, mais de cem sorotipos do vírus. Alguns desses sorotipos podem causar outras doenças, inclusive o câncer no colo doútero, responsável pela morte de quase cinco mil mulheres por ano, sendo a quarta maior causa de mortalidade feminina no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer. A vacina contra a doença tem sido foco de discussão devido ao alto custo, mas também é necessário lembrar a importância da realização periódica de exames de detecção.
A manifestação da doença nem sempre é externa, por isso é importante realizar exames como a Colposcopia e o Papanicolau, no caso das mulheres. Segundo o Dr. Marcelo Lemgruber, coordenador de Ginecologia da PUC-Rio, a análise por captura híbrida também tem se mostrado eficiente na detecção do HPV, porque detecta não só a presença do vírus, mas também o grupo a que pertence, o que determina a possibilidade de desenvolver câncer ou condilomas (verrugas). "A manifestação varia, depende muito do tipo de vírus presente", explicou.
A facilidade de contaminação do HPV é a mesma em homens e mulheres. No sexo feminino, porém, a doença tem uma repercussão maior, uma vez que alguns sorotipos do vírus podem causar o câncer no colo do A?tero, que tem um alto índice de mortalidade. "O HPV também pode ser a causa dos cânceres de pênis e ânus, mas sua maior relação é com o de colo do útero", lembrou Lemgruber.
Além do uso de preservativos, as vacinas são uma alternativa interessante para a prevenção, mas, devido ao custo, não são acessíveis a toda a população. O SUS vai liberar, a partir de 2014, a vacinação em meninas de 10 e 11 anos. A recomendação mais dada é que mulheres de 9 a 26 anos se vacinem. Ainda assim, alguns médicos recomendam que pessoas acima dessa faixa etária expostas a algum risco se vacinem também.
Quanto à diferença entre a vacinação para homens e mulheres, Lemgruber explicou que existem dois tipos de vacina: a bivalente, que age contra os sorotipos mais agressivos e que têm relação com câncer (16 e 18) e a quadrivalente, que combate, além dos dois sorotipos cancerígenos, os grupos 6 e 11, relativos aos condilomas. As duas vacinas podem ser usadas em mulheres. Nos homens, é mais recomendada a aplicação da quadrivalente.
O tratamento do HPV varia de acordo com o estágio em que foi diagnosticado. Lesões menores e superficiais podem ser tratadas com a aplicação de pomadas ou por cauterização clássica do colo do útero. No caso de lesões mais graves, pode ser necessário realizar uma cirurgia.